sábado, 17 de março de 2012

Conhecimento


O Conhecimento


Há diversas categorias de conhecimento, de acordo com sua finalidade ou área de manifestação.
Os Gregos, por exemplo, possuíam vários vocábulos para o “conhecimento”, sendo Episteme um dos mais importantes. Existe ainda a Techne, com significado similar. Qual a diferença?
A intensa relação dos gregos com o conhecimento levou ao desenvolvimento desses diversos termos, através dos quais eles podiam discriminar e nuançar diversos tipos de conhecimento.
Pela mesma razão, porém, diferentes pensadores gregos deram significados distintos para estes mesmos termos. As descrições abaixo procuram capturar um consenso possível a respeito de seus significados.
Techne refere-se ao que normalmente chamamos de Técnica, ou talvez mesmo Tecnologia. É o saber do artesão, “saber fazer”, conhecimento prático.
Episteme diz respeito ao saber superior, mas aplicado. Está relacionado ao que chamamos de Ciência, o conhecimento científico, indo além da Techne, por ser um conhecimento que inclui leis e causas. O artesão sabe fazer algo, mas não sabe os porquês por trás do que faz.
Gnosis é o grau mais alto de Conhecimento. É o conhecimento das causas primeiras, do princípio do Cosmos. Para os Gregos, Gnosis representava um conhecimento profundo e superior do mundo e do homem. Para Platão, esse era o conhecimento da essência do Universo, seu Princípio e seu Fim. Sua busca era para ele o sentido da vida humana. Esta é a razão pela qual diversos movimentos filosófico-religiosos de cunho esotérico são chamados de Gnósticos, na medida em que pregam a salvação pelo conhecimento do Divino, reservado apenas aos iniciados.
Infelizmente, é freqüente a confusão entre Gnosis, um conceito grego autônomo e perene, e os referidos movimentos.
O Mito é outra categoria de “conhecimento especial”. Já temos aprendido que as diversas mitologias não são fábulas fantasiosas. A palavra mito, etimologicamente, vêm do grego “Mythos”, que Homero exprime como “palavra”, “discurso” ou “narrativa”, e que Platão contrapõe à “Logos”, também do grego, que significa “razão”. Portanto, mito é a palavra narrada e que simboliza uma realidade que vive, não um mero conceito limitado e circunscrito, e que por definição não surgiu de uma seqüência meramente racional, mas de uma linguagem acima da razão, dirigida à consciência.
Jnana é o termo sânscrito para conhecimento. No Hinduísmo significa conhecimento verdadeiro. No Budismo, o termo se refere ao puro despertar.
No Tibet encontramos os VEDAS, que em sânscrito significa “Conhecimento”. O Rig Veda, “Livro dos Hinos”, é o Primeiro Veda e é, com certeza, o mais importante veda, pois todos os outros derivaram dele. Rig Veda é o Veda mais antigo e, ao mesmo tempo, o documento mais antigo da literatura hindu. Independentemente do valor interno, o Primeiro Veda é valiosíssimo pela sua antiguidade. Foi escrito por volta de 1700–1100 a. C. durante o período védico em Punjabe (Sapta Sindhu), fazendo dele um dos mais antigos textos de qualquer linguagem Indo-Européia e um dos textos religiosos mais antigos do mundo. Foi preservado por séculos somente por tradição oral e provavelmente não foi escrito até a baixa Idade Média. São estes os quadro Vedas: Rig Veda; Sama Veda; Yajur Veda; Atharva Veda.
A Kabala se constitui dos Mistérios contidos no Judaísmo. Os Judeus possuíam as chaves para a compreensão dos mistérios. DAAT é a Sephirah secreta, e dentro da linguagem kabalística significava “Conhecimento”.
A palavra para “conhecimento” em aramaico, no Oriente Médio, é MANDA.


“Te advirto, seja tu quem fores, oh tu que desejas sondar os arcanos da natureza, se não encontras dentro de ti aquilo que buscas, tampouco o poderás encontrar fora.
Se tu ignoras as excelências de tua própria casa, como pretender encontrar outras excelências?
Em ti está oculto o tesouro dos tesouros.
Oh homem, conhece a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses!”

Tales de Mileto

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