quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Sabedoria do campo. Rosa branca ao peito

Em reverência à sabedoria escondida nas entranhas da terra, sendo descoberta gradativamente pela agronomia, agrocultura e pedologia.
Poema de Antonio Gedeão, Portugal.

Rosa branca ao peito


Teu corpinho adolescente cheira a princípio do mundo.
Ainda está por soprar a brisa que há-de agitar a tua seara.
Ainda está por romper a seara que há-de rasgar o teu solo fecundo.
Ainda está por arrotear o solo que há-de sorver a água clara.
Ainda está por ascender a nuvem que há-de chover a tua chuva.
Ainda está por arder o sol que há-de evaporar a água da tua nuvem.

Mas tudo te espera desde o princípio do mundo:
a doce brisa, a verde seara, o solo fecundo.
Tudo te espera desde o princípio de tudo:
a água clara, a fofa nuvem, o sol agudo.

Tu sabes, tu sabes tudo.
Tu és como a doce brisa, a verde seara e o solo fecundo
que sabem tudo desde o princípio do mundo.
Tu és como a água clara, a fofa nuvem e o sol agudo

que desde o princípio do mundo sabem tudo.
O teu cabelo sabe que há-de crescer
e que há-de ser louro.
As tuas lágrimas sabem que hão-de correr
nas horas de choro
Os teus peitos sabem que hão-de estremecer
no dia do riso.
O teu rosto sabe que há-de enrubescer
quando for preciso.

Quando te sentires perdida
fecha os olhos e sorri.
Não tenhas medo da Vida
que a Vida vive por si.
Tu és como a doce brisa, a verde seara e o solo fecundo
que sabem tudo desde o princípio do mundo.
tu és como a água clara, a fofa nuvem e o sol agudo.
A tua inocência sabe tudo.

Referência:
LEPSCH, Igo. 19 lições sobre Pedologia, cap 1.

sábado, 15 de outubro de 2016

Jardim de Gêneros



Refletindo sobre as ideologias, encontramos na de gênero a mais curiosa e igualmente confusa.
Alguns de nós resolvemos não escolher.
Decidimos não lutar contra ou a favor.
Quem sabe a direção certa?
Escolhemos apenas favorecer o curso natural das coisas.
Seguir o fluxo normal e universal especializado nas formas dióicas.
As espécies dióicas representam a evolução das estratégias de perpetuação da vida.

Segundo o Senhor Khrishna, o papel primordial de um homem é cumprir com seu dever.

O dever de um homem da terra é cuidar e favorecer a vida de sua terra e, enquanto jardineiro, favorecer seu jardim.
O homem tem o poder de atuar como um jardineiro de paciência oriental em um mundo heterogêneo. Heteros neste jardim de gêneros.

Há milhares de flores nos jardins do mundo. Jardins silvestres, jardins caseiros e flores sem jardim.
As flores encerram o poder de transformar o mundo ao seu redor. Porém nem todas têm consciência disso, ainda.
As flores são as musas da natureza, encantando e inspirando hipnoticamente seus francos súditos, entre dípteros, coleópteros, lepidópteras, abelhas, beija-flores, pequenos roedores, macacos, homens felizes, inspirados e também os desesperançados.
São as janelas entre os Bardos.
As frestas entre os véus que separam os planos e protegem a Ísis.
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